segunda-feira, 22 de março de 2010

Nossa Consciência e nossa Prática!

Os Educadores, conscientes de seu papel social, precisam entender que seus direitos trabalhistas devem ser respeitados por todos, seja pelo poder público, seja pelos empresários privatistas da educação, seja pela sociedade em geral.

Atualmente os professores estão sendo desrespeitados e desvalorizados como profissionais. Não são oferecidos a eles os recursos necessários à sua prática diária, faltam materiais didáticos e pedagógicos, e a grande maioria dos professores tiram recursos de seu próprio bolso para preparar o material para seu aluno. É como se o magistério fosse um sacerdócio, um ofício que não precisa ser remunerado. Os baixos salários pagos para a categoria, e a falta de um piso salarial digno de quem cursou uma universidade, são grandes provas deste desrespeito.

Nosso grande mestre Paulo Freire em seu último livro "Pedagagia da Autonomia", nos diz que: “A luta em favor do respeito aos educadores e à educação que inclui a briga por salários menos imorais é um deve irrecusável e não só um direito. A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente, mas algo que dela faz parte”. Dessa forma, o combate em favor de nossa dignidade e de uma remuneração justa é inerente a prática docente.

Os professores precisam entender que são eles que devem lutar pelas melhorias nas condições de trabalho, por melhores salários e por uma educação pública de qualidade. Não adianta ficar reclamando e esperando o poder público fazer algo para mudar a Educação. São os professores que devem ter consciência de classe e consciência de LUTA!

O Professor que “cruza os braços” diante deste quadro de desrespeito e de baixos salários, que se omite, e que não luta para reverter a atual situação do ensino, não valoriza a si próprio e também não valoriza sua profissão. O discurso acomodado de que não há nada para fazer, não deve ser aceito, e sim combatido. Aqueles que pegam seu material e entram na sala para lecionar sem essa consciência, que viram as costas para os comanheiros que lutam, estão, no fundo, contribuindo para que toda uma categoria seja desrespeitada e desvalorizada.

Thais Maria Sperandio.

2 comentários:

  1. Concordo com a maior parte do que foi escrito aqui sobre a desuniao e acomodaçao da classe dos professores.

    Infelizmente estamos tao massacrados por falta de salarios condizentes com nossa missão/profissão, que nem forças pra fazermos uma greve decente temos!
    Como parar e ser descontado o salario de um mes ou mesmo meio mes se nao temos de onde tirar o dinheiro para pagar as miseras contas que temos : comida, carro, aluguel, luz agua e transporte?
    Quem de nos pode ficar parado todo este tempo se ja estamos no limite de cheque especial, com contas de cartao de credito(usados para apenas comprar comida e gasolina, na maior parte) e sem credito pra fazer novo emprestimo no nosso banco? meu caso por exemplo, para saldar contas de cheque especial e a defasagem salarial, que desde 2008 foi dada de presente com a retirada do ALE de minha escola e da maioria das escolas de SAO PAULO - baixando nosso salario em 25% e nao repondo a inflação, o acumulo de dividas e as prestaçoes de emprestimos consomem praticamente todo o salario.
    Pergunto é isso que merecem os educadores de nossa população infantil e adolescente?
    Que nao tenham condiçoes de compra roupas e sapatos pra trabalhar decentemente vestidos?
    Que nao tenham dinheiro pra investir em livros ou outras fontes de cultura - cinema, teatro, musica?
    Que nao tenham dignidade e sejam vistos como coitados, pois sao professores?
    Que nao possam reclamar de seus direitos pois nao afetam a sociedade, ao contrario de greve de lixeiros, policiais, area de direito e saude?
    Ou seja, se a populaçao ficar sem estudo, tanto faz!

    A maioria de meus colegas que nao pararam nesta greve nao estao apenas acomodados ou indiferentes, estao intimidados e endividados!
    Basta!

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  2. Todos nós, estamos endividados, mas se não lutarmos, continuaremos a viver com dividas, e sem dignidade. Lutar por isso é um dever, do qual não podemos nos isentar!
    Ontem, após sermos covardemente atacados pela PM a mando de Serra, mostramos disposição e coragem. É preciso que todos se unam...porque o magistério unido, jamais será vencido!
    A divisão só nos enfraquece.

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